sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Curiosidades!

Enxergar bem é questão de vida ou morte para caças e caçadores


Visão panorâmica

Os campeões são os coelhos, que têm uma incrível visão periférica de 360 graus. O segredo é que os olhos desses bichos ficam posicionados na lateral, permitindo que eles vigiem os arredores para fugir dos predadores. "Para esses bichos, o que importa é ter um amplo campo de visão, que lhes dê a chance de acompanhar tudo o que se passa ao redor", afirma a oftalmologista Beatriz Simões Correa, da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.






Visão noturna

No escuro, a medalha de ouro da visão vai para a coruja, que enxerga um ratinho a mais de 80 metros de distância - e isso numa noite sem lua! Seus olhos são equipados com um tipo de lente especial, que faz com que eles funcionem como um telescópio que aproxima a imagem.





Visão de longo alcance

A águia-de-asa-redonda enxerga pequenos roedores quando está voando a 5 mil metros de altura. Essa extraordinária capacidade é possível porque a retina desse pássaro tem milhões de fotorreceptores, células sensíveis à luz que aumentam o alcance visual.





Visão colorida

O rei das cores é o Squilla mantis, um tipo de camarão capaz de enxergar uma gama de cores muito maior que a observada pelo olho humano. Esse crustáceo leva vantagem sobre nós por ter uma retina com mais tipos de cones, os pigmentos que permitem enxergar colorido. Enquanto o Squilla mantis tem 12 tipos de cones, nós temos três. Perdemos até para os pombos, que tem cinco.






Fonte:
http://mundoestranho.abril.com.br/mundoanimal/pergunta_287062.shtml
http://farm2.static.flickr.com/1039/526874438_3f47971c10.jpg
http://www.papeldeparede.fotosdahora.com.br/wallpaper/02Animais//olhos_coruja.gif
http://www.fotoplatforma.pl/foto_galeria/5171_HJmyszolow-(20)z.jpg
http://www.ucs.louisiana.edu/~rtb6933/shrimp/squilla.JPG

domingo, 6 de setembro de 2009

ARTIGO: Fisiologia da visão!

http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/imago/site/semiotica/producao/ramos-final.pdf

Visão de Organismos Menos Complexos


Nos moluscos cefalópodes há um alto grau de desenvolvimento do sistema nervoso, único entre os invertebrados (Figura 2). Estes animais possuem um sistema sensorial sofisticado, particularmente os olhos que, em polvos e lulas apresentam estruturas e formam imagem similar aos vertebrados.


Os ocelos são estruturas bilaterais fotossensíveis, parcialmente sombreados por uma camada de células pigmentares (contendo rodopsina) que captam mudanças na intensidade da luz ou seja, na quantidade de luz visível, estão presentes em presentes em alguns invertebrados como as águas vivas e alguns protozoários.

Os artrópodes possuem olhos compostos que fornecem a eles informações sobre luminosidade e imagens do ambiente (Figura 1). Cada olho composto, consiste de várias unidades, conhecidas como omatídeos. O número de omatídeos pode variar de 9 em certas espécies de formiga, até 10.000 em algumas espécies de libélulas. A superfície do olho composto é formada por um mosaico de facetas hexagonais, que permitem a entrada da luz para cada omatídeo, este tem o aspecto de uma lente que direciona a luz sobre células receptoras, chamadas células retinulares. Essas células possuem rodopsinas, possuindo assim, a capacidade de captar luz. Partindo do princípio que cada omatídeo do olho composta está direcionado a um lugar diferente do campo visual, somente uma imagem sem detalhes ou descontínua podem ser conduzidas dos olhos compostos ao Sistema Nervoso Central.

http://www.biociencia.org/index.php?option=content&task=view&id=106

Referências

Fernald, R.D. (1997). The Evolution of Eyes. Brain, Behavior and Evolution, 50, (pp 253-259).

Gehring, WJ, Ikeo, K. (1999). Pax 6: Mastering Eye Morphogenesis And Eye Evolution. Trends Genet 15:371-7.

Goldsmith, T.H. (1973). Photoreception and Vision in C. L. Prosser (Ed.), Comparative Animal Physiology. 3rd ed. vol. II. (pp577-632). Philadelphia (USA): W.B. Saunders Company.

Heesy, C. P. Ross. C. F. (2000). Evolution of activity patterns and chromatic vision in primates: morphometrics, genetics and cladistics. Journal of Human Evolution 40: 111- 149.

Hoar, W.S. (1975). General and Comparative Physiology. 2nd ed. New Jersey: Prentice-Hall.

Walker, W.F. Jr. Liem, K.F. (1994). Functional Anatomy of Vertebrates: an evolutionary perspective. 2nd ed. USA: Saunders College Publishing.

Visão dos Vertebrados





Exceto as espécies que vivem em habitats sem luz (nas quais houve redução ou perda total dos olhos), todos os Vertebrados apresentam um par de órgãos fotorreceptores (Walker & Liem, 1994).

O olho lateral dos Vertebrados é do tipo vesicular que consiste numa estrutura de forma, aproximadamente esférica (globo ocular), com uma abertura anterior por onde penetra a luz. As suas dimensões relativamente grandes potenciam-no como o mais eficiente de todos os olhos animais, pois pode projetar a imagem numa grande superfície contendo elevada densidade de células fotorreceptoras.


Visão dos Peixes


O olho dos peixes apresenta um cristalino esférico, denso e espesso, e uma córnea quase plana. O cristalino está fixo por um músculo refrator que o pode mover para perto da retina para fazer a acomodação. A esclerótica apresenta porções cartilagíneas que conferem maior rigidez ao globo ocular, auxiliando a manutenção da sua forma. A maioria dos fotorreceptores são bastonetes, existindo poucos cones.


Visão dos Anfíbios


O olho dos Anfíbios possui um cristalino esférico na fase larvar, adaptado à visão aquática, alterando-se durante a metamorfose, para adquirir uma forma oval na fase adulta. A córnea apresenta capacidade de adaptar a sua curvatura. O olho possui uma pálpebra superior fixa e uma pálpebra inferior transparente e móvel. Os anuros dependem da sua visão para a alimentação e locomoção e possuem os maiores e os mais desenvolvidos olhos dos Anfíbios.


Visão dos Répteis


Todos os répteis vivos possuem a capacidade de fazer acomodação (capacidade de alterar a focagem para a visão de perto ou ao longe), pois o cristalino possui uma almofada anelar que sobre ele exerce pressão e altera a sua forma. A pupila pode apresentar formas muito variadas, desde uma abertura circular nas tartarugas e em muitos lagartos diurnos e serpentes, fenda vertical nos crocodilos e serpentes noturnas e fenda horizontal presente em algumas serpentes arborícolas.

A acuidade visual é muito variável, mais precária nos lagartos e serpentes que se enterram, sendo que muitos destes possuindo olhos muito pequenos. Alguns répteis têm visão a cores.

O camaleão possui olhos de grandes dimensões, com grande mobilidade e movimentos independentes. A retina tem uma fóvea desenvolvida, comparável à das aves de rapina e o cristalino tem poder de refração negativo, divergindo os raios luminosos, em repouso. A acomodação ocular do camaleão é muito rápida e a sua gama de acomodação é a maior conhecida nos vertebrados terrestres.


Visão das Aves


O vôo requer um sentido da visão apurado e ajustes muito rápidos do olho, à variação da intensidade luminosa ou à distância. Na maioria das aves, o globo ocular é muito grande, relativamente ao tamanho da cabeça do animal, e é endurecido por um anel de ossículos escleróticos, geralmente situados próximo do cristalino, onde suportam e reforçam o local de origem dos músculos ciliares. Os ossículos também ajudam a manter a forma do globo ocular, especialmente nas espécies em que este não é esférico. O músculo da íris é estriado e apresenta uma resposta muito rápida às alterações da intensidade luminosa. As Aves diferente dos répteis, não apresentam almofada anelar para fazer a acomodação ocular e muitas espécies apresentam visão a cores (Walker & Liem, 1994).

As aves de rapina possuem visão com elevado poder de resolução - acuidade visual - que depende, em parte da grande imagem que é projetada na retina e, em parte, da distribuição de cones e bastonetes. A retina tem 2 fóveas - uma lateral ou temporal, dirigida para a visão monocular, e outra anterior ou central, para visão binocular. Em cada fóvea, as células fotorreceptoras estão mais concentradas, conferindo um poder de resolução cerca de oito vezes superior ao do olho humano (Walker & Liem, 1994).


Visão das Mamíferos


Mamíferos e aves possuem uma estrutura ocular bastante semelhante. Basicamente todo olho possui uma câmara escura, uma camada de células fotorreceptoras, um sistema de lentes para focalizar a luz que forma a imagem e um sistema de células nervosas para conduzir os estímulos ao córtex cerebral.

Apesar do globo ocular variar muito entre os diferentes grupos de Vertebrados, a sua estrutura básica repete-se em todos os grupos (Walker & Liem, 1994). Sendo o olho humano o mais estudado, é, muitas vezes, apresentado como exemplo do olho típico dos Vertebrados.

Nos vertebrados aquáticos, em geral, a visão não é um sentido muito importante, devido às características do próprio meio aquático, que provoca o desvio dos raios luminosos, e devido à estrutura do próprio olho. Pelo contrário, nos vertebrados terrestres, por terem evoluído num meio em que a luz se propaga a longas distâncias, sem grande distorção e absorção, o olho foi adquirindo gradualmente um nível de especialização muito elevado e grande acuidade, conferindo ao sentido da visão uma enorme importância para a sobrevivência.

Na maior parte dos Vertebrados, a camada fotorreceptora é composta por dois tipos de neurônios especializados, bastonetes e cones. Estes neurônios são as únicas células da retina capazes de serem excitadas diretamente pela luz, pois possuem pigmentos fotossensíveis que absorvem radiação eletromagnética de um determinado comprimento de onda; é neles que ocorre a conversão da energia luminosa em energia química, dando origem à formação de um potencial do receptor que produzirá um impulso nervoso, o qual será conduzido através das outras camadas da retina até à área visual do sistema nervoso central. Os fotorreceptores do olho dos Vertebrados são derivados de células ciliadas, enquanto os da maioria dos filos de invertebrados não o são (Goldsmith, 1973, 1991; Hoar, 1975; Withers, 1992).

A distribuição dos cones e dos bastonetes na retina não é uniforme; quando surge a necessidade de grande acuidade visual e de focar detalhes com grande precisão, existem áreas altamente especializadas constituídas apenas, por cones. A mais comum destas áreas é a fóvea, zona central da retina que é o ponto de focagem do sistema óptico, sendo o local de maior acuidade visual do olho, dado que nele se concentra o maior número de cones e não existem bastonetes.

Todos primatas, inclusive o homem, além de possuírem visão colorida têm visão tridimensional, em profundidade. A visão tridimensional acontece porque há sobreposição, no córtex visual, das informações que chegam dos campos visuais dos dois olhos simultaneamente. Nossos olhos estão localizados na frente da face. Este posicionamento dos olhos permite a visão do mesmo objeto, ao mesmo tempo, desde dois ângulos ligeiramente diferentes. O cérebro compara estas duas imagens simultâneas e cria a noção de profundidade.

O ser humano possui um olho com três camadas ou túnicas dispostas concentricamente (Figura 3). A camada externa, formada pela esclera ou esclerótica e pela córnea. A camada média ou túnica vascular, constituída pela coróide e pela íris. E a terceira camada ou a túnica nervosa, a retina, que se comunica com o cérebro pelo nervo óptico. Há também a lente ou cristalino, que é uma estrutura biconvexa transparente. Frente ao cristalino está uma expansão pigmentada e opaca da camada média e, o recobre em parte. É chamada de íris. O interior do olho pode ser dividido em três câmaras: a anterior, que é delimitada pela íris e a córnea; a câmara posterior, localizada entre a íris e o cristalino; e o espaço vítreo, situado atrás do cristalino e circundado pela retina. As duas primeiras câmaras são preenchidas por um líquido que contém proteínas, é o humor aquoso. O espaço vítreo está cheio do humor ou corpo vítreo, aquoso e gelatinoso. Em várias regiões do olho são encontradas células pigmentares com melanina, são os melanócitos, que impedem a entrada absorvendo a luz estranha que pode prejudicar o processo de formação da imagem.

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Evolução da Visão em Cores




Por Eliane Evanovich, MSc., 2004.


A visão utiliza apenas uma banda muito restrita do espectro electromagnético constituída por comprimentos de onda situados entre 390nm e 770nm, conhecida como a "luz visível"; ou espectro visível. Comprimentos de onda inferiores a 390 nm são absorvidos pela camada de ozônio da atmosfera, e radiação de comprimento de onda mais longo que 770 nm são atenuadas pelo dióxido de carbono, pelo vapor de água e pelo ozônio existentes, na atmosfera. (Goldsmith, 1991).

A sensibilidade à luz (fotossensibilidade) confere aos animais mais simples, a habilidade de se orientarem a partir da luz do sol e das estrelas. Aos animais mais complexos, fornecem respostas rápidas e detalhadas sobre um objeto e ambiente. Durante a evolução, os elementos básicos que possibilitam a fotossensibilidade: as rodopsinas, foram preservados.

Uma molécula de rodopsina, consiste de uma molécula a opsina, de um grupo prostético com capacidade de ser estimulado pela luz o 11-cis-retinol, que está localizado no centro da opsina. Quando o 11-cis-retinol é excitado, sua forma se modifica, alterando assim, a conformação da opsina, desencadeando uma série de processos bioquímicos que por sua vez desencadeiam a transmissão dos impulsos nervosos. Estes impulsos viajam pelos nervos até o cérebro, na área do córtex que analisa estas informações, onde serão interpretados e traduzidos em imagens. Nos olhos dos vertebrados a rodopsina está localizada em neurônios modificados, de dois tipos, cones, responsáveis pela visão em cores e bastonetes (visão preto e branco). Cada uma destas células apresenta um segmento externo (zona altamente especializada contendo pilhas de membranas onde se localiza a rodopsina), um segmento interno (contém os organitos celulares habituais) e um terminal sináptico (zona de comunicação com outros neurônios).

Foram identificados 5 tipos de cones, os que absorvem comprimentos de ondas eletromagnéticas curtos com cerca de 465-492 nm (para a cor azul, chamado S- Small), médios de 492- 577 nm (verde, chamado M- Medium) e longos, de 622-780nm (vermelho, chamado L- Long). O quarto tipo, está presente em passariformes, outras aves, e rato são os cones UV ('true UV' cone) que absorvem espectros ultra-violetas (inferiores a 455 nm). Outros mamíferos, como o Homem possuem cones para a cor violetas (390- 455nm).

O gene Pax 6 é responsável pelo controle da morfogênese dos olhos. O estudo desse gene em metazoários sugere que o protótipo de todos os tipos de olhos é o mesmo, tendo uma origem monofilética (Gehring & Ikeo,1999; Fernald, 2000).

Ele foi isolado no Homem, camundongo, peixe zebra, galinha, ouriço do mar e mosca de fruta. Mutações encontradas nesse gene em insetos e mamíferos causa redução ou ausência de estruturas dos olhos.

Em primatas e roedores, os genes que codificam os cones estão localizados no cromossomo X. Os macacos do Velho Mundo e hominóides (Homem e Grandes Macacos) apresentam visão tricromática, ou seja, possuem os 3 tipos de cones, e macacos do Novo Mundo tendem à visão dicromática, apresentando 2 tipos de cones (geralmente, S e M) embora as fêmeas possuam padrão polimórfico para esta característica, ou seja, as fêmeas podem ter os 3 tipos de genes da opsina, exceto para o gênero Alouatta que tem múltiplas cópias dos genes do cromossomo X, inclusive da opsina, portanto tanto os machos quanto as fêmeas geralmente apresentam visão tricromática (Heesy& Ross, 2000).

Em 1990, as seqüências de aminoácidos das opsinas de várias espécies (drosofila, cefalópode, ovelha, galinha, bovino, rato e homem) foram comparadas. Todas as opsinas apresentaram seqüências similares. Entre os vertebrados, os bastonetes são bastante conservados, estima-se que, durante a evolução, os genes dos bastonetes se duplicaram por e por subseqüentes mutações originaram os genes dos cones.

Pela comparação de DNA foi possível propor que os cones de uma espécie ancestral, seriam sensíveis a longos intervalos de comprimentos de onda (absorção de >500 nm a < 500 nm), característica que parece ter sido importante durante a radiação dos vertebrados. Esse arranjo ancestral tem sido mantido em sua forma original, principalmente entre os primatas do Velho Mundo.

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